segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

CHUVAS VOLTAM A CASTIGAR BLUMENAU E GASPAR

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Cerca de um mês e meio após a tragédia em Santa Catarina, a chuva voltou a causar prejuízos a Gaspar e Blumenau, no Vale do Itajaí, neste final de semana. O temporal que começou por volta das 18h deste domingo deixou dezenas de ruas alagadas em Blumenau. Casas e estabelecimentos comerciais tiveram de ser abandonados devido a alagamentos em bairros como Fortaleza, Itoupava Norte, Itoupavazinha e Testo Salto. No Terminal Urbano do Bairro Fortaleza, a água chegou a meio metro de altura. A Defesa Civil fechou as vias de acesso ao local, e os motoristas deixaram os veículos.
Gaspar

Bastaram 45 minutos de temporal para a comunidade do Bairro Belchior Alto, em Gaspar, vivenciar outro pesadelo em meio a água e lama. Na noite de sábado, os mais atingidos por alagamentos e desbarrancamentos foram os moradores da Rua Nova Biguaçu, que tiveram que deixar as casas e viram, mais uma vez, a rua transformada em rio. Uma ponte cedeu e impossibilitou a passagem de carros. Para deixar o local, os moradores tiveram que improvisar. Através de uma passagem estreita, enfrentavam a correnteza. Um carro foi arrastado pela força da água. Ninguém ficou ferido. Algumas pessoas buscaram abrigo sob o mesmo teto que as acolheu durante mais de um mês no final do ano passado. O aposentado Julio Olczyk, 67 anos, conhecido como Polaco, cedeu em novembro o segundo andar de seu prédio para as famílias que não podiam voltar para casa. Sábado, todos sabiam onde encontrar as portas abertas. Cerca de 60 pessoas estavam até este domingo abrigadas no imóvel de Polaco e nas casas dos filhos do aposentado. A Defesa Civil de Gaspar iria providenciar mantimentos para as famílias. A dona-de-casa Arlete Luzia Marquato, 53 anos, havia retornado há cerca de três semanas para a casa na Rua Biguaçu. Sábado à noite, esperou a água da enxurrada baixar e buscou novamente abrigo na casa do Polaco. Com água até o joelho, Arlete e outras cinco pessoas da família, entre elas um bebê, saíram de casa a pé levando uma muda de roupa. — A casa não pegou água, mas agora temos medo de deslizamentos. Moramos entre dois morros — afirma Arlete, que não sabe quando voltará para casa. Desde novembro, a população da área atingida procurou aos poucos limpar as casas, reconstruir a rotina e recuperar os ânimos. Na manhã deste domingo, muita gente precisou novamente tirar a braçadas a lama que invadiu a casa depois do temporal. Várias pessoas da família Theiss, com rodos e enxadas, limpavam a casa que já tinha sido lavada por dentro depois da última enchente e formavam uma montanha de lodo com o que era retirado da área aberta. Mais lama e água do que foi visto em novembro, de acordo com Marcia Scheidt, 52 anos, filha da proprietária da casa. — Ontem (sábado) a nossa rua já estava linda. Agora está ainda pior que em novembro, tem mais areia. Há umas três semanas estava quase tudo recuperado — relatou o estudante Guilherme Marquato, 16 anos, um dos moradores da Rua Nova Biguaçu. Ainda no Bairro Belchior Alto, na Rua José Schmitt Sobrinho, algumas pessoas também tiveram que deixar suas casas depois da chuva de sábado à noite. Na manhã deste domingo, a Secretaria de Obras de Gaspar trabalhava para restabelecer a circulação da rua, que em alguns pontos era possível apenas a pé ou de jipe. — Praticamente todo o trabalho de recuperação feito depois de novembro foi perdido — avaliou o prefeito de Gaspar, Celso Zuchi (PT). O Sargento Evandro de Mello do Amaral, diretor-geral da Defesa Civil de Gaspar, alerta que, se observada qualquer movimentação de terra, a população deve deixar suas casas. Até domingo, nenhum deslizamento havia sido registrado em Gaspar.

JORNAL DE SANTA CATARINA

A situação no Vale
- Gaspar: a BR-470 ficou obstruída por queda de árvores nos Kms 46 e 47 (próximo ao Trevo da Dudalina), no final da tarde de ontem. Polícia Rodoviária Federal e bombeiros foram acionados. A rodovia ficou em meia-pista e o trânsito, que por volta das 18h era intenso, ficou congestionado até as 20h.
- Ascurra: a chuva forte causou alagamentos e destelhamento em residências. O Corpo de Bombeiros informou que os bairros mais atingidos foram Cabras, Estação, Tamanduá e São Paulo. Mais de 20 chamados foram registrados.
- Apiúna: no sábado, uma barreira caiu na BR-470, Km 48, e impediu a passagem no trânsito nos dois sentidos por uma hora e meia, a partir das 16h30min.
- Rodeio: Quatro casas ficaram alagadas. A cidade permaneceria em alerta por toda a madrugada. Choveu muito ontem e a Defesa Civil monitora áreas de risco nas encostas.

Bairro Belchior Alto - Gaspar

Rua: Bartolomeu Gusmão, umas das ruas alagadas em Blumenau.

Rua: Romário Badia - Itoupava Norte

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